quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Espanhol é obrigatório desde o início do ano

Lei que tornou obrigatória a inclusão do ensino da língua nas escolas é de 2005; o aluno pode escolher o idioma que quer cursar

Incorporar o ensino da língua espanhola a todos os alunos do ensino médio no país tornou-se obrigatório a partir da lei federal nº 11.161, de 2005. A lei, que previa a implantação da disciplina em um prazo de cinco anos, entrou em vigor oficialmente em 2010 e, com isso, exigiu que as escolas se tornassem capacitadas para oferecer o idioma. A intenção do governo em incentivar o ensino da língua no país vem de uma política de integração cultural com os demais países sul-americanos que falam a língua.

A professora Tatiana Cristina de Oliveira diz que a importância de se tornar o espanhol uma disciplina obrigatória vem, primeiramente, da questão da localização geográfica do Brasil. "Estamos cercados de países hispano-falantes que, além de fazerem fronteiras geográficas com o país, acabam, de uma forma ou de outra, nos influenciando culturalmente." Para ela, incentivar o ensino do espanhol para que ele se torne uma língua falada aqui, representa um avanço nas relações entre o Brasil e os países vizinhos.

Segundo a professora Valdirene Zorzo Veloso, coordenadora do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da área de Espanhol, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), a lei tornará o ensino do espanhol mais acessível à população e fará com que deixe de ser restrito apenas às classes sociais mais favorecidas. "O alto custo dos cursos particulares dificulta muito o acesso à aprendizagem", diz.

A lei garante que inserir o espanhol no currículo é obrigação da escola, mas aprender a disciplina é optativo para o aluno. Isso quer dizer que, embora todas as escolas públicas e privadas tenham que acrescentar o espanhol à grade curricular, cabe ao aluno decidir a língua estrangeira ele irá aprender, de acordo com a oferta da instituição.


Escolas públicas do Paraná contam com o Celem


No Paraná, o Centro de Línguas Estrangeiras Modernas (Celem), programa desenvolvido pela Secretaria de Estado da Educação, funciona como uma alternativa para que as escolas ofereçam o ensino plurilíngüe.

Isso significa que se a escola estadual não incorporou o espanhol à grade curricular, pode oferecê-la no centro, dando a oportunidade de o aluno escolher a disciplina que quer cursar. É oferecido o ensino de línguas como alemão, espanhol, inglês, francês, italiano, japonês, polonês, ucraniano e mandarim. A oferta da língua varia de acordo com a região do estado.

Londrina tem o Celem implantado em 28 escolas que além de oferecerem vagas aos alunos, também destinam vagas à comunidade externa. É o caso do Colégio Hugo Simas, no centro da cidade que, sem qualquer custo, disponibiliza vagas para que a população aprenda a língua francesa ou espanhola.

A estudante Silvia Cecato, 19 anos, faz o curso de espanhol no Colégio Hugo Simas e reconhece sua importância. "Todos nós sabemos a necessidade de aprender mais idiomas. Oportunidades como essas, estimulam as pessoas que não têm condições de pagar um curso particular a aprender outra língua", diz a estudantes.


Música também será obrigatória nas escolas

A lei nº 11.769, sancionada em 2008, determina a obrigatoriedade do ensino de música em todas as escolas de educação infantil e de ensino fundamental do país. As escolas tem até o próximo ano para se adequar às exigências da legislação federal.

Ronaldo Aparecido de Matos, aluno do curso de Música da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e professor da Escola de Música Dominus, diz que a lei é um grande passo para a educação musical e para o enriquecimento dos alunos como cidadãos.

Após a lei ter sido sancionada, a expectativa é de que as possibilidades no mercado de trabalho aumentem. "Acredito que haverá um crescimento gradativo de vagas no mercado. Também acho que a lei dará a oportunidade de surgir novos campos de trabalho como publicação de materiais pedagógicos [livros, métodos, composições, arranjos] por exemplo", diz Matos.

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