segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Pagar para tocar nas rádios do país é uma prática comum

A prática do jabá revela que, nem sempre, ser o mais tocado nas rádios é fruto exclusivo do mérito musical do artista


O chamado jabá é uma prática adotada “às escuras” por diversas emissoras de rádio do país. Funciona basicamente assim: a emissora pede uma quantidade em dinheiro e em troca veicula a música do artista. Normalmente ela pega parte da verba paga pelo artista e transforma em promoção para o ouvinte, a fim de lançar a música e, consequentemente, encher os bolsos da empresa.

Apesar de sua relevância, o assunto é tão delicado que as pessoas não se pronunciam em relação a ele. A reportagem procurou várias fontes importantes para falar melhor sobre o assunto, mas grande parte delas preferiu não dar entrevista. Toda essa especulação em relação a prática, bem como o fato de as discussões sobre o assunto não conseguirem tomar grandes proporções, permite se chegar a um questionamento bastante representativo: o jabá existe soterrado dentro das emissoras de rádio do país?

Boa parte dos músicos dizem que a resposta é positiva e que a prática existe inclusive dentro de rádios da cidade. “É uma prática comum em rádios comerciais de todo o país, porque não em Londrina? O difícil é achar o contrário, isto é, rádios que tenham sua programação desvinculada do jabá”, afirma o jornalista cultural e radialista Daniel Thomas.

Comprovando a afirmação, o integrante de uma conhecida banda londrinense que prefere não se identificar, conta que eles já tiveram a oportunidade de ver uma de suas músicas lançadas em uma rádio da cidade, porém, o preço para que isso acontecesse pareceu salgado. “Vieram com a proposta de tocar nossa música, mas, em troca disso, a banda teria que comprar souveniers (brindes como chaveiros, Ipod’s, etc.) que seriam sorteados para os ouvintes que ligassem pedindo o nosso som”, revela.

Alguns reconhecem que a prática é uma forma de transação comercial, isto é, acontecer pela necessidade de as rádios se verem obrigadas a segmentar o que toca em meio a tanto material disponível. Além disso, há quem reconheça que a prática seja um bom investimento para algumas bandas.

É o caso do ex-integrante da banda New Ones e que atualmente possui um projeto solo, Igor Diniz. “Apesar de não concordar com a política do jabá, acho que para músicos que querem fazer parte do mainstream, é um investimento. Nesse meio, se não tiver alguém injetando grana, não vai para frente”, diz.

Já para Thomas, o jabá é uma prática deplorável que padroniza o estilo de música que entra nas rádios e que deixa a maior parte dos músicos do país empoeirados na prateleira. “Com o jabá você só divulga o trabalho de quem tem dinheiro para pagar por isso e acaba boicotando os legítimos artistas da cidade, da rua, do país. É uma forma de interferir negativamente no processo cultural de um determinado lugar”, afirma.

Uma alternativa encontrada pelos músicos que não concordam com a prática, mas querem se consolidar no mercado é a utilização de meios alternativos, como a própria internet. “A vantagem de caminhar com as próprias pernas é que depois de algum tempo construindo público, dificilmente você os perderá. Ao contrário do que se vê nos músicos que surgem nas rádios com muito dinheiro por trás: bombam por um tempo e depois somem”, comenta Diniz.


Rádios tentam moldar a identidade e o som das bandas


O caso da banda pé vermelho Mescalha é um pouco curioso. O grupo venceu em 2008 o festival de música Londrina Rock Festival que, entre as premiações, dava o direito de a banda ter uma de suas músicas veiculada pela rádio Folha FM. Porém, a oportunidade de a banda lançar sua música na rádio nunca se concretizou.

Embora o contrato não mencionasse nada a respeito, o responsável em definir o que toca na rádio acabou propondo que a banda mudasse sua música para que ela se adaptasse ao sistema da rádio e, assim, fosse veiculada pela empresa. A banda não aceitou a proposta e acabou não usufruindo da premiação do festival.

“O responsável tentou nos convencer de diversas formas, mas não aceitamos porque isso mudaria a proposta do nosso som. Não acho legal você gravar um hit que não tenha a ver com a identidade da banda só para tocar no rádio. Para muitos, esse talvez seja um caminho fácil de se lançar, mas não é o nosso”, afirma Henrique Medina, guitarrista da banda.

Para Thomas, o fato é comum e responsável por criar a cultura do alienamento que envolve todos os veículos de comunicação. “A partir de quando você pede para o artista se adequar a tendência da indústria se quiser tocar na tua rádio, você está abafando a cultura original e verdadeira, por que está tentando mudá-la para algo que sabe ser facilmente engolido pela massa. É a cultura do alienamento”.

Apesar de não ter ganhado o prêmio, a banda não se importou. Medina diz que existe espaço para bandas divulgarem o seu trabalho. “Eu acredito que você tem que encontrar os canais certos para sua música crescer e ser reconhecida no meio musical que você pretende estar. A internet ajuda a gente a mostrar o nosso som do jeito que ele é” diz.

sábado, 11 de setembro de 2010

Mercado digital modifica produção de músicas

Através do avanço da tecnologia surgem novas possibilidades de produzir, distribuir e consumir músicas


Num primeiro momento, os discos de vinil eram os responsáveis por apresentar os trabalhos dos músicos ao público. Aos poucos, com a evolução da tecnologia, os discos caíram em desuso e acabaram substituídos pelos CDs. Dessa vez, é a música em formato digital que poderá contribuir para o desaparecimento do suporte físico do CD. Nessa evolução, não foi só o público que notou diferença na forma de consumir as músicas. Os próprios artistas sentiram a mudança quando produz e até distribui o seu trabalho.

O professor Fábio Parra Furlanete diz acreditar que a rede virtual permitiu aos artistas realizar de forma autônoma os processos que antes cabiam às gravadoras e, assim, conseguirem se tornar seus próprios empreendedores. "Com a mudança de suporte, surge a possibilidade dos músicos estabelecerem um contato mais direto com o público e comercializarem a obra nos termos estabelecidos pelo próprio artista", diz.

Furlanete ainda ressalta que no sistema tradicional são os shows que garantem o sustento da maioria dos músicos. O papel da gravadora é fazer o marketing do artista, mas ainda que a divulgação feita por ela garanta público nos shows, na venda de CDs a porcentagem do lucro repassada ao artista é mínima. Daí o fato de muitos músicos encararem o suporte digital como benéfico à divulgação de suas obras.

É o caso da banda londrinense Mescalha que com três anos de estrada, utiliza a rede como estrutura de divulgação e de distribuição do trabalho. "Divulgamos tudo em redes sociais como Myspace e Youtube", conta o guitarrista da banda Henrique Medina. Ele afirma que essa é uma maneira eficaz de expandir seu som e, assim, garantir a agenda de shows. "É com os shows que a gente ganha. CD é o ganha-pão das gravadoras, não do artista", reforça.

De fato, a internet possibilitou maior acesso à obra dos artistas e tem levado as pessoas a procurarem cada vez mais os shows e projetos musicais. Porém, um aspecto negativo apontado por Medina é que, quando a música migra do suporte físico para o digital, ocorre um excesso de oferta gerado pela grande disposição na rede. A partir disso, acaba surgindo o desafio de se destacar em meio a tantos outros artistas voltados para o mesmo objetivo.

Compartilhando a mesma idéia, o músico e compositor Anderson Leo Loof Mayanga diz que com o suporte digital é necessário prender a atenção do público consumidor. "Hoje não existe um único artista em evidência, todos estão. Todos podem difundir e espalhar rapidamente novas idéias e novos sons a cada minuto", diz.

Acesso grátis atrai usuários ao suporte digital


A possibilidade de poder carregar seu próprio acervo de músicas digitais no bolso veio a calhar com a migração da música para o suporte digital. Porém, não é só a mobilidade que aliciou pessoas do mundo todo e tornou-as usuárias de arquivos da rede.

Além da mobilidade, outro ponto que influencia os usuários a baixarem arquivos da internet é a facilidade de poderem estar em contato com diversas obras gratuitamente. É o caso do estudante João Paulo Fidelis, que admite que desde que a internet tornou o acesso às músicas mais viável, nunca mais comprou CDs. "O CD original normalmente custa caro. Quem vai querer pagar por algo que se pode ter acesso de graça?"

O suporte do CD está pouco a pouco sendo substituído e é necessário que as gravadoras encontrem uma maneira de conciliar seu trabalho ao dos músicos, agradando ao público. "Se conseguir as músicas por meios legais começasse a ter um valor mais acessível, com certeza boa parte dos consumidores pagaria pelo produto oficial", afirma Fidelis.

O músico e compositor Anderson Leo Loof Mayanga também diz acredita que o preço dos CDs é um fator que contribui ainda mais para a ascensão da internet, além de influenciar a pirataria. "Acredito que as gravadoras deveriam sucumbir e cobrar um menor valor na obra, porque isso prejudica o acesso de todos", diz.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Games violentos não incitam a violência sozinhos

Jogos só podem acarretar comportamentos violentos se a pessoa já apresentar propensão à violência

A variedade de jogos existentes hoje no mercado é um fator que influencia crianças, adolescentes e até mesmo adultos, a passarem horas em frente a computadores e videogames. Porém, apesar de toda essa visibilidade, a questão que se discute é sobre a possibilidade de as pessoas, ao interagirem com jogos que façam analogia a violência, acabarem levando a ficção para suas relações sociais, tornando-se violentas.

Alguns especialistas alegam que por mais que a violência exista em vários âmbitos sociais (televisão, cinema, jornais e etc), esses meios fazem das pessoas meros espectadores da violência, enquanto nos jogos elas tornam-se participantes, mesmo que no mundo do faz-de-conta. Por outro lado, outros minimizam a influência dos jogos, alegando que se deve levar em conta vários fatores que possam gerar comportamentos violentos.

A psicóloga Fabiani Fuganti garante que por mais que os jogos referenciem qualquer tipo de violência, eles não têm o poder de resultar num comportamento violento em pessoas que não apresentem qualquer distúrbio emocional. “O jogo só pode influenciar pessoas que já apresentem comportamento agressivo, até porque, isso depende muito do histórico psicológico da pessoa”.

O estudante de Engenharia da Computação que desenvolve jogos, Davi Aquino, acredita que os jogos violentos são os mais atrativos porque permitem a liberação de desejos ocultos que são reprimidos na vida real. “Ao contrário da vida real, no ambiente virtual o jogador não terá uma punição por ter agido violentamente, e isso é altamente aliciante”, diz.

Ainda que os jogos isoladamente não sejam responsáveis por incitarem a violência, na criação dos jogos existe a preocupação em estabelecer limitações aos jogadores. Aquino conta que uma alternativa encontrada pelos designers foi o estabelecimento da graduação etária de cada jogo. Isto é, a delimitação da idade mínima que o jogador deve possuir antes de adquirir o jogo. “O grande problema é que com a pirataria e a facilidade em baixar o jogo pela internet, a graduação etária dificilmente é respeitada”.

É o caso de João Paulo Fidelis que, hoje com 22 anos, começou a jogar videogame quando ainda era menor de idade. Fidelis diz que sempre jogou games violentos que não eram destinados a sua faixa etária. “Apesar de na caixa dos jogos haver a graduação etária, eu nunca respeitei. Sempre consegui comprar os jogos pirateados mesmo não tendo 18 anos”, conta.


Pais limitam os filhos pelo medo do vício


Ainda que muitos pais não vejam problema em seus filhos jogarem games que façam menção à violência, as maiores preocupações se dão pelo vício que pode ser desenvolvido com o excessivo exercício da atividade.

Bruno da Cruz Breda, 13 anos, joga videogame desde os 8 e já teve como um dos seus jogos preferidos o GTA, um game que faz do jogador um criminoso que rouba carros. Breda diz que hoje não tem mais tanto interesse na atividade e sua mãe garante que isso é resultado dos limites que ela sempre impôs ao filho.

Tânia Cristina da Cruz Breda, mãe de Bruno, diz que desde quando o filho começou a se interessar por videogame ela o restringia de passar horas jogando. “O Bruno sempre teve a hora de jogar videogame e de desenvolver outras atividades”, diz.

Para ela, é importante que os pais imponham limites aos filhos para que eles não se tornem viciados nos jogos. “Acho que o contato excessivo com qualquer coisa nunca é saudável”, adverte.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Espanhol é obrigatório desde o início do ano

Lei que tornou obrigatória a inclusão do ensino da língua nas escolas é de 2005; o aluno pode escolher o idioma que quer cursar

Incorporar o ensino da língua espanhola a todos os alunos do ensino médio no país tornou-se obrigatório a partir da lei federal nº 11.161, de 2005. A lei, que previa a implantação da disciplina em um prazo de cinco anos, entrou em vigor oficialmente em 2010 e, com isso, exigiu que as escolas se tornassem capacitadas para oferecer o idioma. A intenção do governo em incentivar o ensino da língua no país vem de uma política de integração cultural com os demais países sul-americanos que falam a língua.

A professora Tatiana Cristina de Oliveira diz que a importância de se tornar o espanhol uma disciplina obrigatória vem, primeiramente, da questão da localização geográfica do Brasil. "Estamos cercados de países hispano-falantes que, além de fazerem fronteiras geográficas com o país, acabam, de uma forma ou de outra, nos influenciando culturalmente." Para ela, incentivar o ensino do espanhol para que ele se torne uma língua falada aqui, representa um avanço nas relações entre o Brasil e os países vizinhos.

Segundo a professora Valdirene Zorzo Veloso, coordenadora do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da área de Espanhol, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), a lei tornará o ensino do espanhol mais acessível à população e fará com que deixe de ser restrito apenas às classes sociais mais favorecidas. "O alto custo dos cursos particulares dificulta muito o acesso à aprendizagem", diz.

A lei garante que inserir o espanhol no currículo é obrigação da escola, mas aprender a disciplina é optativo para o aluno. Isso quer dizer que, embora todas as escolas públicas e privadas tenham que acrescentar o espanhol à grade curricular, cabe ao aluno decidir a língua estrangeira ele irá aprender, de acordo com a oferta da instituição.


Escolas públicas do Paraná contam com o Celem


No Paraná, o Centro de Línguas Estrangeiras Modernas (Celem), programa desenvolvido pela Secretaria de Estado da Educação, funciona como uma alternativa para que as escolas ofereçam o ensino plurilíngüe.

Isso significa que se a escola estadual não incorporou o espanhol à grade curricular, pode oferecê-la no centro, dando a oportunidade de o aluno escolher a disciplina que quer cursar. É oferecido o ensino de línguas como alemão, espanhol, inglês, francês, italiano, japonês, polonês, ucraniano e mandarim. A oferta da língua varia de acordo com a região do estado.

Londrina tem o Celem implantado em 28 escolas que além de oferecerem vagas aos alunos, também destinam vagas à comunidade externa. É o caso do Colégio Hugo Simas, no centro da cidade que, sem qualquer custo, disponibiliza vagas para que a população aprenda a língua francesa ou espanhola.

A estudante Silvia Cecato, 19 anos, faz o curso de espanhol no Colégio Hugo Simas e reconhece sua importância. "Todos nós sabemos a necessidade de aprender mais idiomas. Oportunidades como essas, estimulam as pessoas que não têm condições de pagar um curso particular a aprender outra língua", diz a estudantes.


Música também será obrigatória nas escolas

A lei nº 11.769, sancionada em 2008, determina a obrigatoriedade do ensino de música em todas as escolas de educação infantil e de ensino fundamental do país. As escolas tem até o próximo ano para se adequar às exigências da legislação federal.

Ronaldo Aparecido de Matos, aluno do curso de Música da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e professor da Escola de Música Dominus, diz que a lei é um grande passo para a educação musical e para o enriquecimento dos alunos como cidadãos.

Após a lei ter sido sancionada, a expectativa é de que as possibilidades no mercado de trabalho aumentem. "Acredito que haverá um crescimento gradativo de vagas no mercado. Também acho que a lei dará a oportunidade de surgir novos campos de trabalho como publicação de materiais pedagógicos [livros, métodos, composições, arranjos] por exemplo", diz Matos.

sábado, 27 de março de 2010

É PROIBIDO FUMAR

Após a lei anti-fumo ter sido – finalmente – aprovada no Estado do Paraná, os não-fumantes ficaram satisfeitos em não mais terem que passar pelo constrangimento de conviver com fumantes sem educação, que saem por aí baforando suas fumaças independente de quem esteja respirando ao lado.


Claro que não dá pra generalizar, gente mal educada existe às pencas, independente de serem ou não fumantes. Mas pelo menos boa parte dos fumantes que eu conheço parecem não ter o bom senso de que fumar perto de não-fumantes incomoda. Sim, caros amigos fumantes, muito provavelmente tudo o que vocês, ao acenderem um cigarro, fazem e acham normal, é motivo para serem odiados por quem não fuma. Merecidamente, diga-se de passagem.


Se você acende um cigarro em um ambiente fechado, sem nem procurar um lugar em que incomode menos, você merece ser odiado! Se você joga bituca de cigarro no chão e contribui para aquelas inundações que você vai botar a culpa exclusivamente na prefeitura ou em São Pedro, você também merece ser odiado. Se você queima alguém com a brasa do cigarro numa balada ou multidão, meu Deus, você têm meu ódio gratuito!


Ok. Eu não tenho nada contra fumantes. Muito pelo contrário. Só prefiro que não fumem perto de mim (posso?), afinal, fumar perto de quem não o quer fazer é falta de educação. Incomoda. Incomoda e muito. Nesse caso está mais do que na cara que eu achei ótimo essa nova lei ter entrado em vigor. Já usufruo dos prazeres de poder voltar para casa, depois da balada, com a roupa cheirosa, mesmo que o intuito do Governo em aprovar a lei não tenha nada a ver com o fato de eu não voltar para casa fedendo.


O cigarro é um problema de saúde pública. Por mais que, teoricamente, a venda de cigarros cubra os gastos públicos com tratamentos de câncer e outras mazelas, se houvesse menos problemas de saúde decorrentes do tabagismo o imposto gerado pela venda de cigarros poderia ser empregado para salvar a vida de pessoas que não estão se autoinfligindo doenças. Como a realidade não é essa, o Governo intervém. Não porque quer garantir o direito de nós, não-fumantes, sairmos da balada com o cabelo cheiroso. Nem muito menos porque querem perseguir os que gostam de acender seus caretas. O Governo intervém porque precisa equilibrar as contas. Tudo se resume a dinheiro.


Vale lembrar que o fumante passivo é considerado hoje a 3º maior causa de morte evitável no mundo, segundo o INCA. E que são gastos pelo SUS algo em torno de R$ 338,6 milhões de reais no tratamento de patologias relacionadas ao cigarro. Pois é, amigos, esse negócio faz mal mesmo.


Enfim, acho que respeitando a lei todos saem ganhando. Ta que não dever ser lá muito cômodo ter que interromper a balada pra ir fumar em um lugar aberto, mas, amigo fumante, entenda que a opção de querer destruir o SEU pulmão não implica no fato de que eu também deva destruir o meu. Pode se matar se quiser, mas permita-me respirar ar puro!


Respeito, noção do espaço pessoal, educação e a consciência de que o mundo não gira ao redor do nosso umbigo, são os pontos principais para o convívio harmônico em sociedade. Siga essas recomendações e você atingirá o objetivo de fumar sem ser odiado. Mas ainda assim estará sujeito a câncer de pulmão.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

OlimPIADAs no Brasil

Depois de algumas tentativas fracassadas, o Brasil conseguiu ganhar a disputa pela sede dos Jogos Olímpicos e se tornar a primeira cidade sul-americana a ser sede de uma Olimpíada. Análises (muito) otimistas acreditam que essa será a oportunidade de o país mostrar sua capacidade. Para mim, se propor a sediar um evento tão importante sem a mínima estrutura para isso, jogará na cara do mundo que nem tudo nessa vida se pode fazer com jeitinho brasileiro.

Antes de mais nada, vale dizer que não sou contra pela sede ser especificamente no Rio de Janeiro, me coloco contra os jogos serem sediados num país como o Brasil. Que, para mim, infelizmente, não possui a menor estrutura para abrir suas portas para esse tipo de evento.

Primeiro que o Brasil nunca se interessou muito em investir em esportes - com exceção do futebol. Dessa forma, ao contrário do que muitos brasileiros pensam, as olimpíadas não darão ao país a oportunidade de se tornar uma potência esportiva. Até porque, isso está muito aquém da construção de novos estádios. Trata-se do desenvolvimento de uma política esportiva que vem desde a escola até centros de excelência em treinamento. E mesmo não sendo necessário esperar a realização de uma olimpíada para que sejam formados atletas competitivos em diferentes modalidades esportivas, nunca foi tomada tal iniciativa no país.

Depois vem o fato de que o Brasil carece de quase tudo. Não há escolas, hospitais, moradia, transporte público, alimentação para os pobres, luz elétrica, saneamento básico e até esporte. As pessoas continuam morrendo de sede, de frio e de bala perdida. Como se não bastasse, ainda temos péssimos administradores públicos, corrupção, falta de segurança, violência, entre milhares outros problemas que são muitas vezes maquiados para os que enxergam de fora.

Os brasileiros precisam reconhecer que antes de se investir bilhões para trazer um mega-evento para o Brasil é necessário investir em educação, saúde, transportes e segurança. Fora as reformas tributária, política e da previdência.
Para sair da idade da pedra não precisamos de um trem-bala, tampouco das olimpíadas. Precisamos melhorar os índices de educação e as condições sub-humanas que boa parte dos brasileiros sobrevivem.

Para não dizer que não falei das flores, vou reconhecer que temos nossos méritos nessa conquista. Embora pareça, não tenho uma visão de que tudo isso é péssimo, mas também não pretendo correr pro abraço e ficar super feliz sem pesar os prós e contras dessa decisão. O Rio de Janeiro é uma cidade maravilhosa e, como não há mais nada a se fazer, espero que as Olimpíadas saiam da maneira planejada. Torço para o país não sair definitivamente do prumo depois dessa aventura irresponsável e megalomaníaca.

Apesar do discurso do Lula ter dado a impressão de que não faltam recursos e que o Brasil está nadando em dinheiro, o buraco é muito mais embaixo. Um bom planejamento é imprescindível para que as olimpíadas no Rio não se tornem uma piada. Enquanto isso, vou esperar para ver a patota olímpica fazer em sete anos o que já deveria ter sido feito há mais de 20.


Em tempo: O que me incomoda é ver tanta demagogia e tanta hipocrisia em um povo sofrido que vive passando a mão na cabeça do Brasil, fingindo não saber que olimpíada não se faz com jeitinho. Os brasileiros apanham de seus governantes com os impostos mais altos do mundo e, ainda assim, tapam o sol com a peneira para comemorar uma nova pseudo-conquista. Sou contra a crítica pela crítica, assim como sou contra essa falta de discernimento brasileiro em conseguir encarar o país tal como ele é, esse ufanismo meio “Brasil, ame-o, ou deixe-o”, tão hipócrita e atrasado.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Os buracos nas ruas e o futebol: a culpa é do Ronaldo.

Muito se tem falado sobre a qualidade das ruas de nossa cidade. Todo ano acontece sempre a mesma coisa, é só chegarem as chuvas e os buracos viras as bocas para cima. Eu, que ando pelas ruas, até acho que o cidadão araponguense está reclamando pouco. Mas uma pergunta me assombra em relação a tudo isso: será mesmo que a culpa é da chuva?

Buracos, ondulações e depressão em vias públicas são problemas que fazem parte do dia-a-dia de muitos moradores em Arapongas. Verificar o estado de determinados trechos de ruas em nossa cidade, tornar-se-ia cômico, se não fosse trágico. A quantidade de remendos – uns antigos, outros mais ainda – é tão grande que só perde mesmo para a quantidade de buracos.

A qualidade original de nossos asfaltos já era péssima e por esse motivo é que mal resiste às intempéries. Porém, vou mais além. Acredito piamente que a falta de qualidade dos nossos asfaltos se dá pela maneira preguiçosa que o governo insiste em tentar consertá-los. E isso, para mim, é rasgar dinheiro e emitir um atestado de incompetência para a administração.

Colocam duas pás de uma mistura preta, com cheiro de asfalto, cor de asfalto, mas que não é asfalto e passam um rolo compresso em cima. Pagam caro por isso, já que as ruas não resistem nem a uma chuvinha. E com isso, a síndrome de todos ano aparece, apresentando cinco sinais básicos: ruas esburacadas, pneus cortados, rodas amassadas, xingamento ao prefeito e artigos de mau gosto fazendo gozação na revista.

Apontar defeitos e falhas é muito fácil, qualquer um pode fazer. Aliás, esta é a especialidade de alguns. Porém, nem só de críticas vive quem vos escrever, logo, eu tenho uma solução. Parem, urgentemente, de tampar os buracos. Comecem a recapear as ruas. Recapear. Repito: recapear com boa qualidade!

Façam um serviço de gente grande. Um serviço de administração comprometida com o amanhã. Ah, mas vocês vão dizer, “recapear todas as ruas é uma ação muito cara!”. Vocês têm razão. Mas a vida me ensinou que o caro é o que não presta.
Você, meu estimado e preocupado leitor, pode estar pensando: o que essa menina entende de asfalto e de conservação de ruas para ficar dando pitacos num assunto tão complexo? É verdade, você está certo. Eu não sei mesmo como fazer, mas, sinceramente, sei como não fazer. Sou o ganso de trás grasnando para alertar os gansos da frente até que eles corrijam o rumo! Essa é a minha função aqui.

Em tempo: O futebol e o Ronaldo no título foram só atrativos para você ler a minha opinião.