sexta-feira, 10 de julho de 2009

Para sempre rei

Você pode até estar de saco cheio de tanto ler sobre a morte dele, mas é inegável que boa parte das pessoas se abalou ao ver o que todos os holofotes do mundo se focaram nos últimos tempos. A incredulidade tomou conta de todos aqueles que ligavam o rádio e ouviam as músicas – agora tocadas mais do que nunca – que precediam a informação de que Michael Jackson, o rei do pop, não está mais entre a gente.

Michael era o cara bizarro, excêntrico. Trilhou por caminhos gloriosos e turbulentos; atingiu o apogeu, mas também chegou perto do fundo do poço. Vimos sua carreira esmorecer diante de várias acusações de pedofilia e ficávamos perplexos ao ver sua aparência que, pouco a pouco, se tornava cada vez mais fantasmagórica. Mas também presenciamos um artista que dançava e cantava como poucos, que revolucionou a história do videoclipe no mundo e que fazia jus ao fardo de rei do pop que lhe fora atribuído.

Com a morte de Michael, um fato que me chamou a atenção foi que, à medida que o tempo passa, mais nos damos conta de que os grandes ícones estão nos deixando órfãos com uma rapidez cruel.
Das formações originais das melhores bandas de rock de todos os tempos, permanecem poucos dos ídolos que fizeram a alegria de gerações.

Os Beatles eram quatro, hoje só restam dois. O Queen não tem mais entre os integrantes o Freddie Mercury. Nem o The Doors conta com Jim Morrison. No cenário da Música Popular Brasileira, não temos mais a presença de Nara Leão, Elis Regina, Vinícius, Cartola, Tom Jobim. Grandes ícones que se foram e deixaram uma lacuna enorme no cenário da música mundial. E o que nos deixa com uma interrogação bem no meio da frase agora, com a ausência de Michael, é pensar em quem irá substituí-lo.

Ter perdido Michael Jackson, assim como todos os outros anteriormente citados, é irreparável. Dificilmente alguém conseguirá substituir um dos ídolos mais interessantes no mundo das artes em geral. Afinal, dos mais fãs aos mais indiferentes, não há como negar que ele nos roubou ao menos alguns minutos de atenção – seja por seus escândalos ou talentos.

Você pode até não gostar do som dele, mas não pode negar que Michael não só não passou despercebido como virou referência em música, espetáculo e criação. Falem mal de suas manias, esquisitices, bizarrices e escândalos, questionem suas plásticas e o suposto vitiligo. Mas não esqueçam em momento algum que ninguém fez nada parecido como ele no século XX. Não se esqueçam que dar adeus a Michael é criar uma lacuna que jamais será preenchida no cenário musical. E que como vimos o rei do pop em tempo real, poderemos dizer orgulhosos, num futuro não muito distante, que pertencemos a uma geração que viu o artista brilhar.